quinta-feira, 5 de maio de 2011

Emoções Destrutivas

É freqüente nos consultórios, queixas sobre as emoções sem controle que nos inquietam, perturbam e atrapalham nossas vidas; paixão, ansiedade, pânico, ciúme, raiva, pensamentos constantes, pensamentos negativos, e tantos outros, trazendo-nos doenças, encrencas, desequilíbrios de toda sorte. Em busca do alívio, alguns  me consultam sobre a utilização da meditação para a cura de seus males, e observo que a maioria trata a meditação como um remédio que se busca na farmácia, toma, e os sintomas somem dali a uma hora, normalmente não se imagina que meditação implica também em um estilo de vida, em mudanças de hábitos, principalmente hábitos do pensar...

Lembro-me de algumas frases de Richard Bach onde em um de seus livros ele sita:
“Para viveres livre e feliz deves sacrificar a rotina, mas isso quase nunca é um sacrifício fácil.”

“Valorize suas limitações e, por certo, não se livrará delas”.

Geralmente as pessoas se apegam a um modo de sentir, de pensar e não largam, seguram como se esse fosse o bem mais precioso que elas tem, e a mudanças às vezes ocorre temporariamente para depois retornarem ao mesmo padrão.

Em 2008, envolvida nos estudos da meditação em função de um TCC (Monografia de conclusão de um curso de  Pós graduação em Yoga), encontrei autores que diziam ser a meditação uma técnica de fácil aplicação, possível a todas as pessoas e outros que diziam ser a prática mais difícil, que pode exigir de você “vidas” de dedicação.

Dentre as muitas consultas que busquei, encontrei dois livros de caráter científico que podem nos ajudar a entender de fato como se processa a meditação e o empenho que precisamos dedicar para ter resultados duradouros:
“ Como Lidar com Emoções Destrutivas” de Daniel Goleman e Dalai Lama; e “Neurofisiologia da Meditação” de Marcelo Arias e Roberto Simões.  Ambos, fruto de pesquisas científicas sobre o resultado da meditação no cérebro.

Segundo Richard Davidson; um dos principais pioneiros das neurociências afetivas; defende a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se desenvolver durante toda a vida, apresentou dados indicativos de que a prática da meditação poderia gerar uma plasticidade benéfica nos centros afetivos do cérebro, inibindo as emoções destrutivas e ao mesmo tempo, incentivando as positivas.

A meditação como veículo de Educação Mental, visa compreender e eliminar emoções tais como medo, raiva e apego, emoções matriz responsáveis por gerar uma variedade de desejos  que mantém o ser humano preso a um ciclo repetitivo de comportamento que o impede de se libertar do sofrimento.

O quanto é fácil ou difícil se libertar deles? Ai está a questão; é o quanto você valoriza estes sentimentos que o mantém preso a eles....e não faz nada para mudar.
Daí a importância destes estudos que nos auxiliam a perceber que é possível estimular o funcionamento do cérebro em uma área mais construtiva e positiva, tornando presente em maior tempo sentimentos como contentamento, calma, compaixão, coragem...

A pesquisa demonstrou que quando ativamos uma área do cérebro identificada como giro mediano frontal esquerdo acionamos atividades cerebrais emocionais positivas, Richard Davidson descobriu que quando as pessoas têm níveis altos dessa atividade cerebral naquele local específico do córtex pré frontal esquerdo, relatam simultaneamente sensações como felicidade, entusiasmo, alegria, alta energia e estado de alerta e que níveis altos de atividades num local paralelo do outro lado do cérebro (área pré frontal direita) correspondem a relatos de emoções aflitivas, portanto mais propenso a tristeza, ansiedade e preocupação.

Para aqueles que estão se perguntando: Afinal posso ter maior controle de minhas emoções com a Meditação? As pesquisas mostram que sim, porém implica na adoção desta prática de forma disciplinada, como disse, não se compra em forma de pílulas em farmácia.

Existem variadas técnicas para meditação que vão da mais simples as mais complexas, de caráter transcendental ou simplesmente terapêutico, o fato é que meditação como parte integrada do Yoga ( que tbem tem sua comprovação científica por sua ação no sistema neurovegetativo parassimpático) ou prática isolada, têm comprovações científicas positivas de seus resultados.

Em uma sociedade onde o indivíduo mediano está voltado para a busca desenfreada de prazeres, infelizmente colhemos dados como os  da Organização Mundial da Saúde (OMS) que segundo seus relatórios informam que em 2000 (em todo o mundo) 815 mil pessoas se suicidaram (provavelmente porque seus desejos não foram satisfeitos, ou foram!) ou ainda segundo dados da OMS alerta que por volta de 2020 todas as pessoas do planeta apresentarão sobrepeso, em outras palavras estarão obesas ( em função de seus desejos satisfeitos, ou não?...)

Portanto ainda temos tempo para começar exercitar  nosso cérebro de uma forma mais positiva e construtiva na tentativa de corrigirmos as emoções que nos afetam.

Cada pessoa, todos os fatos de sua vida ali estão porque você os pôs ali. O que fazer com eles cabe a você resolver....

Só precisamos , deixar o campo das idéias e passar para o campo da iniciativa.


                                                                  

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