segunda-feira, 28 de março de 2011

Respire Fundo

Não sei se Walter Franco em 1978 quando compôs a musica Respire Fundo, fazia Yoga, mas quando abrimos os braços e respiramos fundo, podemos experimentar uma sensação de leveza, de paz, tal qual quando praticamos exercícios respiratórios no Yoga, ou quando respiramos; de forma consciente,  lenta e profunda durante os Asanas (posturas físicas). Sem falar na expressão corporal, que ao abrir os braços já nos transmite a  idéia de liberdade.

Isto porque tanto a forma como respiramos, assim como posturas corporais podem alterar estados mentais e emocionais.
Alguém aì já viu um depressivo assim:


                                                               

     Acho que não.....

Percebe? Você não vai encontrar um depressivo pulando de alegria! A postura corporal pode dizer muito a seu respeito. E a respiração é de fundamental importância no equilíbrio do; como você se sente. Existe uma relação estreita entre o seu ritmo respiratório e estados de consciência.

É comum ouvirmos após poucos meses de Yoga,  o comentário de uma mãe com filho superativo: ele está mais calmo, mais focado, dormindo melhor, ou de uma esposa observando seu marido estressado, dizer; nossa ele nem reclamou no transito .... ou que o outro sentia uma dor no peito e não sente mais....enfim são inúmeras observações que em grande parte, mesmo adotando-se uma prática de asanas simples, se ela estiver bem orientada na aplicação do respirar corretamente, o pouco que for feito terá um grande impacto na saúde do praticante: Aumento de resistência, maior concentração, melhor memória, sono repousante, melhora a capacidade pulmonar, atua sobre as emoções favorecendo a maior clareza, aumenta a consciência corporal.

Ah! Ro, só falta você dizer que emagrece, aí é perfeito! Pois posso lhe dizer que regula o peso tornando o corpo forte e com brilho.

Muitos podem argumentar, mas a respiração é uma função vital, de um jeito ou de outro temos que respirar, porém esse; de um jeito ou de outro; é que faz grande diferença. Quando dominamos o fluxo respiratório de forma consciente adquirimos maior estabilidade, autoconfiança prolonga-se a estimativa de vida e uma sensação de harmonia com a natureza, de estar de bem com a vida.

No Yoga estas práticas respiratórias recebem o nome de Pránáyáma e seu principal objetivo consiste em controlar as flutuações da mente através de exercícios que imprimem  a respiração um ritmo diferente daquele feito automaticamente, direcionando o seu fluir de forma lenta e profunda.

Pesquisas científicas já comprovaram a dificuldade em se ter pensamentos tristes, de  medo, ansiedade, quando respiramos de forma lenta e profunda.
O que você está esperando para usufruir de todos esses benefícios?
Procure a orientação de um bom professor:
                              


                          “Abra os Braços, Respire Fundo e Fique Feliz”



                                                                  

segunda-feira, 14 de março de 2011

O mestre Zen e o terremoto


Digo, “ não surpresa”, pois há anos o próprio Japão se prepara para tal evento; o que de fato evitou perdas ainda maiores;  cientistas todos os anos alertam sobre a necessidade de mudanças nos hábitos e atitudes preventivas tanto no que diz respeito as intervenções do homem na natureza como para eventos previsíveis, próprios da natureza do planeta.

Mas porque é tão difícil mudar?

Aqui, enquanto muitos ainda reuniam as fantasias, no Japão cidades inteiras em pouco tempo desapareciam.

Atônita frente aos noticiários que mais pareciam trailer de algum novo filme de apocalipse, somos convidados a repensar nossos: valores, emoções, hábitos, posturas diante da vida e muitos foram sacudidos por tsunamis internos.

Tais eventos talvez ocorram para que a humanidade evolua, expanda sua consciência como seres interligados que somos, fazendo-nos refletir sobre a impermanência da vida e  a importância de unirmos cada vez mais nossas capacidades intelectuais, criativas, espirituais, no sentido de buscarmos soluções harmônicas que beneficiem a humanidade e não a povos específicos.

Também nos lembra que o equilíbrio permanece dentro e não fora, atitude  discreta quase  submissa , que se pode observar no povo japonês, diante ao inquestionável  Poder das Forças da Natureza.

Termino com meus pensamentos e sentimentos mais elevados no sentido de somar forças aos que foram afetados por este evento, para que o superem o mais rapidamente possível e um conto Zen que recebi em hora oportuna.
Bjs, uma semana luminosa a todos



Aconteceu que um mestre Zen foi chamado como convidado. Alguns amigos haviam se reunido e estavam comendo e conversando quando, de repente, houve um terremoto. O prédio em que eles estavam era um prédio de sete andares, e eles estavam no sétimo andar, então a vida estava em perigo.

Todo mundo tentou escapar. O anfitrião, correndo, olhou para ver o que tinha acontecido com o mestre. Ele estava ali sem sequer uma ruga de preocupação no rosto. Com os olhos fechados, ele estava sentado em sua cadeira da mesma maneira que estava sentado antes.

O anfitrião sentiu-se um pouco culpado, sentiu-se um pouco covarde; não fica bem que o hóspede fique sentado e o anfitrião fuja. Os outros, os outros vinte hóspedes, já tinham descido as escadas, mas ele parou, embora estivesse tremendo de medo, e se sentou ao lado do mestre.

O terremoto chegou e passou, o mestre abriu os olhos e retomou a palestra que, por causa do terremoto, havia interrompido. Ele continuou novamente, exatamente na mesma frase - como se o terremoto não tivesse acontecido.

O anfitrião estava agora sem vontade de ouvir, não estava com disposição de entender porque todo o seu ser estava muito perturbado e ele estava com muito medo. Mesmo que o terremoto já tivesse ido embora, o medo ainda estava lá.

Ele disse: "Agora não diga nada, porque não serei capaz de compreender, não sou mais o mesmo. O terremoto me perturbou muito. Mas há uma pergunta que eu gostaria de fazer. Todos os outros hóspedes haviam escapado, eu também estava na escada, já quase correndo, quando de repente me lembrei de você. Vendo você aqui sentado com os olhos fechados, sentado tão tranquilo, tão imperturbável, me senti um pouco covarde - sou o anfitrião, eu não deveria correr. Então voltei e estou aqui sentado ao seu lado. Gostaria de fazer uma pergunta. Nós todos tentamos fugir. O que aconteceu a você? O que você me diz sobre o terremoto?"

O mestre disse: "Eu também fugi, mas você fugiu para fora, eu fugi para dentro. Sua fuga é inútil porque para onde quer que você esteja indo lá também há um terremoto, então é sem sentido, não faz sentido. Você pode alcançar o sexto andar ou quinto ou o quarto, mas lá também há um terremoto. Eu fugi para um ponto dentro de mim onde nenhum terremoto jamais chega, não pode chegar. Entrei em meu centro.

Isso é o que Lao Tzu diz: "Agarre-se firmemente ao princípio da Quietude". Se você é passivo, aos poucos vai se tornar consciente do centro dentro de você. Você o tem carregado o tempo todo, ele sempre esteve aí, só que você não sabe, não está alerta.

Uma vez que você fique alerta sobre ele, a vida em sua totalidade se torna diferente. Você pode permanecer no mundo e fora dele porque você está sempre em contato com o seu centro. Você pode passar por um terremoto e permanecer imperturbável porque nada toca você.

No Zen eles têm um ditado que diz que um mestre Zen que tenha alcançado o seu centro interior pode passar por um riacho, mas a água nunca toca seus pés . Isso é belo. Não quer dizer que a água nunca toca seus pés - a água vai tocá-los -, refere-se a algo sobre o mundo interior, o profundo interior. Nada o toca, tudo permanece fora, na periferia, e o centro permanece intocado, puro, inocente, virgem.
Osho, em "Living Tao"

quarta-feira, 2 de março de 2011

Yoga Uma Prática Muito Além do Físico

Hoje vou falar um pouco sobre Yoga, uma prática considerada por muitos como física.

Lembro que no meu primeiro curso de instrutor de Yoga; eu que nunca havia praticado; observava maravilhada  um colega de classe demonstrar posturas de forma impecável e quando houve oportunidade, perguntei-lhe: Há quantos anos você pratica Yoga?; na minha cabeça, vê-lo executar os asanas com tamanha perfeição me parecia que ele havia nascido em uma família yogui, quando para minha surpresa ele respondeu, é a primeira vez que pratico....foi um chamado interior....

E ignorante no assunto, fui buscar explicações “físicas” de como isso era possível, com o meus  professores na ocasião; Sérgio Carvalho e Dr. José Ruguê; que me responderam de forma simples e direta: você não sabe a quantas vidas ele vem praticando....

Porém esta prática conforme tive contato posterior, não era um treino apenas físico, muito mais do que isso, permanecer de forma estável e confortável em um asana, se traduz por; estar de forma estável e confortável para todas as posturas da vida. E só estamos tranqüilos e confortáveis nas posturas da vida,  quando somos verdadeiros com nós mesmos, quando estamos presente, quando somos autênticos e únicos.

Para citar apenas um aspecto do Yoga:
Imaginem uma complexa e intrincada rede elétrica percorrendo todo seu corpo, chamamos estas correntes de Nadis, uma vez manifestada uma emoção, rapidamente ela é transmitida para todas as células do seu corpo através de neurotransmissores. Vamos utilizar um simples exemplo apenas como reflexão, pensem quantas vezes em um dia dizemos Sim, quando na verdade queremos dizer  Não, apenas para sermos gentis ou não contrariar a quem gostamos, e depois fazemos algo diferente dando alguma desculpa tola para não ficar “mal na fita”, este comportamento é mais freqüente do que se pensa. Se ao emitirmos um pensamento, falamos de forma oposta ao que pensamos e fazemos diferente do que falamos, estamos gerando energias contraditórias.



A  cada emoção contraditória ou reprimida emitida por nosso sistema nervoso, tal qual depósito de resíduos descartados, vão sendo depositados em algum lugar do seu corpo, toxinas, e lixo acumulado, em algum momento pode tornar-se um  problema, já viram uma poça de água estagnada?
Este lixo estagnado pode se fixar em um órgão, nas juntas, nos músculos, ou nos grandes Chakras ; vórtices de energia por onde passam o maior número de feixes de energia (os Nadis) ; gerando dor, desconfortos, rigidez, entre outros sintomas.


A prática de asanas é apenas um dos aspectos do yoga que visam socorrer o praticante como uma forma de limpar este depósito de resíduos. O Yoga enquanto prática filosófica que compreende auto conhecimento,yama,nyama, asanas, pranayamas, prathiahara, dharana, dhyana e por fim samadhi, busca a libertação do homem que o prende a hábitos, emoções, pensamentos e comportamentos que lhe são nocivos.

E por isso ele inicia justamente ensinando conceitos que visam posicionar o ser humano conectado a  princípios  dos mais elevados.

Então quando o Yoga ensina a não ser violento, a dizer somente a verdade, a não roubar e todos os outros princípios, estamos com isso evitando a estagnação daquelas energias contraditórias dentro de nosso organismo, pois quando dizemos em não ser violento, não é uma atitude da boca para fora, não é algo que fazemos para sermos aceitos pela sociedade, mas consiste em um estado de espírito, um posicionamento interno.

Creio que o mais belo desta prática é justamente este trabalho de lapidação do Ser para tornar o Homem em Humano na maior acepção da palavra, pois ainda nos movemos conforme o instinto ( de medo,  preservação,  defesa...)

E enquanto efetuamos este trabalho interno; e temos a eternidade para isso; tal qual a caixa de entrada de nossos emails, vamos praticando Yoga –asanas para deletar os nossos spans.

Namastê, tenham uma ótima semana.